Goiás confirma novo foco de gripe aviária em criação doméstica; país soma cinco ocorrências

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Foi confirmado um novo caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em território brasileiro. O foco foi identificado em uma criação doméstica de subsistência no município de Santo Antônio da Barra, em Goiás. A informação foi divulgada na última sexta-feira (13) pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

Segundo o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, o caso não altera o status sanitário do Brasil junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), já que envolve apenas aves não comerciais. De acordo com ele, as exportações de carne de frango e ovos também não serão afetadas pela ocorrência.

Medidas de contenção já estão em andamento

Com base no Plano Estadual de Contingência para Influenza Aviária, a Agrodefesa mobilizou o Grupo Especial de Emergência Zoossanitária, que atua em conjunto com a Defesa Civil, forças de segurança e a administração municipal para conter a disseminação do vírus. Entre as ações emergenciais adotadas estão o monitoramento rigoroso num raio de 10 km ao redor da propriedade afetada, o controle do trânsito de aves e derivados, e a suspensão temporária de eventos que envolvam a exposição de aves vivas na região.

Além disso, cerca de 180 propriedades estão sendo acompanhadas por equipes técnicas do governo estadual, com a instalação de barreiras sanitárias em pontos estratégicos.

Como foi feita a identificação

A suspeita foi reportada à Agrodefesa no dia 9 de junho, após a morte de aproximadamente 100 galinhas com sintomas compatíveis com a gripe aviária, como prostração, dificuldade para respirar, secreção nasal e asas caídas. O atendimento à notificação foi imediato, seguindo os protocolos de biossegurança.

Situação da influenza aviária no Brasil

Com o caso em Santo Antônio da Barra, o Brasil totaliza cinco focos confirmados de H5N1 neste ano. Veja a situação atual:

  • Santo Antônio da Barra (GO): aves domésticas de subsistência
  • Brasília (DF): animal silvestre
  • Mateus Leme (MG): animal silvestre
  • Sapucaia do Sul (RS): animal silvestre
  • Montenegro (RS): propriedade comercial – atualmente em período de vazio sanitário, com término previsto para 18 de junho

Se nenhum novo foco for identificado em Montenegro até essa data, a região poderá ser considerada livre da doença novamente, conforme estabelecido por normas internacionais.

Casos em análise

Além dos registros confirmados, sete casos suspeitos estão sob investigação pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Seis deles envolvem criações domésticas localizadas nos municípios de Parauapebas (PA), Cedro (CE), Novo Cruzeiro (MG), Sacramento (MG), São Joaquim de Bicas (MG) e Terenos (MS). O sétimo é referente a um animal silvestre em São Valentim (RS).

As informações constam no painel oficial de monitoramento de doenças respiratórias e neurológicas em aves, atualizado na segunda-feira (16).

Consumo de carne e ovos segue seguro

Em nota, o Mapa reforçou que a gripe aviária não oferece risco à saúde humana por meio do consumo de carnes de frango ou ovos devidamente inspecionados e preparados, mantendo o consumo seguro para a população.

Impacto nas exportações

A detecção do vírus em uma granja comercial no município de Montenegro (RS) levou à suspensão temporária das exportações de carne de aves para 21 países. Em alguns casos, as restrições se aplicam apenas ao estado do Rio Grande do Sul ou ao próprio município.

Veja a divisão atual:

Exportações suspensas para todo o Brasil:
China, União Europeia, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, África do Sul, Peru, Uruguai, Malásia, Mauritânia, Argentina, Índia, Canadá, entre outros.

Suspensões restritas ao Rio Grande do Sul:
México, Arábia Saudita, Reino Unido, Rússia, Bielorrússia, Omã, Kuwait, entre outros.

Suspensões limitadas apenas a Montenegro (RS):
Emirados Árabes Unidos, Japão, Catar e Jordânia.

As atualizações são monitoradas pelo governo federal em diálogo com os parceiros comerciais, com o objetivo de garantir transparência e controle da situação sanitária.