Documento autoriza intervenções, mas revela uma série de desafios para a instalação de uma praia no local
O anúncio feito pelo Prefeito Municipal de Ourinhos, Lucas Pocay Alves da Silva, em 25 de setembro de 2023, de que a cidade contaria com uma praia, gerou muitos questionamentos, elogios e preocupações entre uma parcela mais atenta da sociedade.
O local escolhido para essa implantação foi o Lago do Parque Olavo Ferreira de Sá, que recebe água do córrego das Furnas, o qual possui quatro nascentes em pontos distintos do município e atravessa alguns bairros antes de chegar ao reservatório.

Em 26 de outubro de 2023, a Prefeitura de Ourinhos, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente, enviou um ofício à CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) consultando sobre a viabilidade de realizar intervenções no lago da FAPI.
No dia 01 de novembro de 2023, a CETESB respondeu por meio do OFÍCIO 142/2023/CFS aos questionamentos feitos pela administração municipal.



Apesar da resposta positiva, o documento evidencia uma série de obstáculos a serem superados na possível implantação de uma praia naquele local. O aumento da vazão hídrica deverá ser objeto de uma nova consulta ao DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo.
A balneabilidade (qualidade da água para banho) não foi atestada pela entidade e ficará sob responsabilidade da prefeitura local. Vale ressaltar que o córrego perpassa por diversos bairros antes de chegar ao recinto e já foi alvo de denúncias de poluição por esgoto em outras oportunidades.
Em outros dois pontos no documento, a CETESB deixa claro que não deve ocorrer a mudança de finalidade do local: “a pequena ampliação do espelho d’água do lago em dois pontos não altera o uso do local (parque urbano)… a disposição de areia na área bosqueada do Parque não altera a sua permeabilidade e não modifica o uso do local (parque urbano).”
O ofício ainda menciona a implantação de galerias de águas pluviais no entorno do Parque e recomenda em diversos pontos que “não há impedimentos por parte da CETESB para a realização da obra pretendida, desde que não haja a supressão de vegetação nativa.” O fato de a prefeitura não poder remover a vegetação existente aumenta consideravelmente o desafio em criar um ambiente semelhante a uma praia em meio à vegetação relativamente ampla que cerca o lago.