Pocay é hostilizado pela população nos locais de votação e Guilherme é eleito com 27.721 votos em Ourinhos

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Mário Ferreira, com 5,86%, surpreende ao obter mais que o dobro dos votos de Toninho do PT, que ficou em último lugar e recebeu mais de 260 mil reais para a campanha.

O pleito eleitoral na cidade de Ourinhos teve o desfecho esperado, como já previsto por muitos analistas políticos. Com apoio em bairros elitizados e ampla rejeição na periferia, o candidato do prefeito Lucas Pocay, Caio Lima, somou 41,98% dos votos válidos. Guilherme Gonçalves, de 33 anos, é natural de Ourinhos, onde atuou como gari e coletor de lixo. Decidiu entrar na política e foi eleito vereador. Seu vice, Alexandre Zóio, é advogado e ex-vereador, também de Ourinhos, tendo sido eleito pela primeira vez em 2012 e reeleito em 2016, sendo o mais votado naquela ocasião.

Desde 2023, Caio vinha sendo amplamente divulgado nas redes sociais da prefeitura, participando de solenidades ao lado de Lucas Pocay, sendo promovido de forma questionável. No entanto, isso não foi suficiente, e Guilherme Gonçalves, do partido PODEMOS, mais uma vez representou o voto de rejeição à administração de Pocay. Em 2022, Guilherme já havia sido o voto de oposição, conseguindo mais de 20 mil votos em Ourinhos contra os candidatos a deputado apoiados por Lucas Pocay.

Durante o dia da eleição, foram recebidos relatos, através das redes sociais, de hostilidades da população contra a comitiva do atual prefeito, que visitou locais de votação escoltado pela Polícia Militar e Guarda Civil Municipal, acompanhado pelo procurador do município e advogados partidários. Dois locais de votação se destacaram como mais tensos: a escola Nilse de Freitas e o CAIC, onde servidores da extinta SAE engrossaram o coro de críticas contra Pocay, revoltados e xingando em voz alta, junto à população.

Com centenas de obras iniciadas às vésperas da eleição, dúzias de contratos sem licitação e um total de empréstimos que podem chegar à casa de 1 bilhão de reais, Pocay agora enfrenta a árdua missão de evitar a inelegibilidade, para que possa almejar uma indicação ao tão sonhado cargo de deputado. Já se fala em auditoria externa e outras medidas de precaução para que os gastos feitos pela atual administração sejam transparentes e não prejudiquem a próxima gestão.

Uma das grandes surpresas do pleito foi a terceira colocação de Mário Ferreira. O biólogo, empresário e candidato pela Federação Rede/PSOL, mesmo com o menor gasto de campanha (inferior a 46 mil reais), obteve mais que o dobro dos votos de Toninho do PT, último colocado, que recebeu mais de 260 mil votos. Mário realizou uma campanha diferenciada, visitando empresas, caminhando pelos bairros e organizando dezenas de mini-comícios, onde pôde falar diretamente com a população.

Para a próxima legislatura, foram eleitos: Celinho Cabeleireiro (1.544 votos), Enfermeiro Alexandre (1.543 votos), Gil Carvalho (1.497 votos), Furna Beco da Bola (1.445 votos), Santiago (1.212 votos), Borjão (1.201 votos), Cícero Investigador (1.250 votos), Éder Mota (1.094 votos), Vadinho (1.093 votos), Anisio Felicetti (1.074 votos), Raquel Spada (925 votos), Kita (920 votos), João Gonçalves (909 votos), Sargento Sérgio (897 votos) e Wesley Carlos (859 votos).